Após integrar a 2ª Marcha das Mulheres Negras, realizada em Brasília no último dia 25, a comitiva da OAB-BA seguiu cumprindo uma série de agendas institucionais em órgãos federais, reforçando o compromisso da advocacia negra com a defesa dos direitos humanos, o enfrentamento ao racismo e o fortalecimento da democracia.

A primeira atividade ocorreu no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), onde representantes das organizações da Marcha foram recebidas para dialogar sobre políticas públicas voltadas à promoção da equidade racial e ao aprimoramento da atuação do Ministério Público em temas como violência política de gênero e racial, acesso à justiça e combate a práticas discriminatórias.

A comitiva também esteve na Fundação Cultural Palmares (FCP) para prestigiar a exposição “Luiza Bairros: Lentes e Voz”, que homenageia a intelectual e militante baiana, uma das maiores referências na luta antirracista no país. Além da visita, as advogadas participaram da roda de conversa “Mulheres Negras na Cultura — por reparação e bem viver”, espaço em que foram discutidas estratégias para incentivo à produção artística de autores e autoras negras e ações de fortalecimento das políticas de memória e identidade afro-brasileira.

Durante o encontro, foram ainda debatidos projetos sobre a ampliação de iniciativas culturais, apoio institucional a criadores negros e a continuidade da proposta de inclusão do Machado de Xangô, símbolo da Justiça africana, nos Tribunais do Brasil. A OAB Bahia já instalou o símbolo no TRT da 5ª Região e no TJBA, e defende que a iniciativa seja expandida como referência de justiça, equilíbrio e pluralidade no sistema judicial brasileiro.

No mesmo dia, a comitiva participou de mais um compromisso institucional, desta vez na Câmara dos Deputados, em um encontro de entidades em defesa do Estado brasileiro e contra a reforma administrativa prevista na PEC 38/2025. A atividade, convocada pela deputada Alice Portugal, reuniu representantes de diversas organizações para discutir os impactos da proposta sobre os serviços públicos e os riscos de retrocessos na garantia de direitos.

A secretária-geral da OAB-BA, Cléia Costa, destacou a importância das agendas para consolidar avanços institucionais. “A presença da advocacia negra nessas instituições demonstra que seguimos mobilizadas para enfrentar os grandes temas do país. Discutimos democracia, cultura, representatividade e justiça racial com profundidade e compromisso. Esses espaços fortalecem a nossa atuação e reafirmam que a OAB-BA está ao lado das mulheres negras na construção de um Brasil mais igualitário e verdadeiramente democrático.”

Para a comitiva, as agendas pós-marcha simbolizam a continuidade do trabalho iniciado nas ruas, ampliando o diálogo com órgãos estratégicos da República e reforçando a contribuição da advocacia negra baiana na formulação de políticas que promovam reparação, bem viver e justiça social.