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[“A advocacia jovem é um presente que nos garante o futuro de um Brasil mais justo, mais igual e mais livre”, disse Cármem Lúcia, na palestra magna de encerramento do XIX ENJA]

“A advocacia jovem é um presente que nos garante o futuro de um Brasil mais justo, mais igual e mais livre”, disse Cármem Lúcia, na palestra magna de encerramento do XIX ENJA

Ministra do STF profere discurso que abraça a plateia formada majoritariamente por jovens advogados e jovens advogadas no encerramento da programação do XIX Encontro Nacional da Jovem Advocacia em Salvador

A palestra mais aguardada do XIX Encontro Nacional da Jovem Advocacia (XIX ENJA), transmitida pela internet, mas, foi capaz de silenciar uma plateia formada majoritariamente por jovens advogados e jovens advogadas que aguardaram, no último dia do evento, sexta-feira 02 de dezembro, o pronunciamento de Cármem Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). Com sorriso no rosto e voz calma, a ministra demonstrou contentamento ao se dirigir aos estudantes e recém-formados da área para falar sobre a relação estreita da ética com a democracia, com a constituição e com a vida particular de cada um dos cidadãos desse país.

“Eu queria poder estar aí, com toda a certeza, nessa minha amada Bahia, e poder conversar com os jovens”, comentou a ministra ao iniciar seu pronunciamento. Ela destacou a importância do estado na luta pela Independência do Brasil na Bahia e citou o legado de mulheres baianas como Maria Felipa, uma das heroínas no combate às tropas portuguesas. Com admiração, também se reportou à plateia de estudantes em um pronunciamento que durou mais de uma hora. “A advocacia jovem brasileira é um presente que nos garante o futuro de um Brasil mais justo, mais igual e mais livre”, afirmou a ministra.

A ela coube falar sobre “A importância da defesa à ética pública”, tema de sua palestra. Começou seu discurso comentando a contribuição valorosa da ética para a democracia. Ela falou da ética “como princípio fundamental e como dever legal de proteger a advocacia” e destacou a importância da ética na política e na defesa da democracia nas relações do Estado brasileiro. Nesse sentido, ressaltou a atuação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao longo dos anos, nas garantias de direitos da sociedade brasileira em processos políticos de maior densidade, a exemplo do impeachment do então presidente Fernando Collor. 

A ministra foi enfática ao afirmar: “Todo cidadão tem o direito a um governo honesto, respeitando-se os direitos fundamentais” – momento em que destaca que a sociedade democrática precisa ser construída todos os dias.  

Antes de finalizar sua participação no XIX ENJA, Cármem Lúcia alertou os estudantes e profissionais recém-formados sobre as relações mediadas pela tecnologia na sociabilidade contemporânea que envolvem, cada vez mais, novos direitos no cumprimento da lei. “Agora a ideia de tempo é diferente e o Direito vai precisar trabalhar com isso”, pontuou.

Depois de recorrer a alguns pensamentos filosóficos ao longo de seu pronunciamento, a ministra do STF se despede do público com a seguinte mensagem: “A luta pelos direitos fundamentais não é fácil. Mas, viver também não é fácil. A vida é dura, é boa e é curta. Mas, é muito esperançoso se estivermos juntos”, disse.

O XIX ENJA foi uma realização da OAB Bahia, através da OAB Jovem na Bahia e apoio da OAB Nacional. O evento que reuniu mais de 3,5 mil jovens advogados e jovens advogadas de todo o país teve patrocínio da Prefeitura Municipal de Salvador, Jusbrasil, Qualicorp, Sebrae, Banco do Brasil, CEJAS - Centro de Estudos Jurídicos Aras, AASP - Associação dos Advogados de São Paulo, Meu Curso e Migalhas, e apoio do Governo do Estado da Bahia, Advocacia Extrajudicial e Entenda seu Direito.