Notícias

Unilab terá 'campus' avançado na Bahia, por medida administrativa

 
[Foto: senador César Borges (PR-BA) ]

Após a aprovação do projeto de lei (PLC 63/10) que determina a criação da Universidade Federal da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), na última quarta-feira (7), o senador César Borges (PR-BA) manifestou sua contrariedade com a rejeição da emenda apresentada pelo senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), que determinava a instalação de um campus avançado na Bahia.

O projeto aprovado prevê apenas que o campus da Unilab será implantado em Redenção (CE). César Borges disse que havia um acordo de lideranças, aceito pela Presidência da República, para a aprovação da emenda de ACM Júnior.

- A Bahia é o estado que essencialmente tem uma população de origem afro, uma origem que está realmente em toda a nossa cultura, em toda a nossa história, em todo o nosso povo baiano - afirmou o parlamentar, durante a sessão.

Para César Borges, "com relação à lusofonia e a questões afro-brasileiras, sem sombra de dúvida, a Bahia está em primeiro lugar neste país".

O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), pediu a palavra para dizer que o governo federal tem, sim, um compromisso de fazer um campus avançado na Bahia. O líder explicou que a emenda não foi colocada no texto porque, nesse caso, o projeto teria que ser novamente votado na Câmara dos Deputados, o que inviabilizaria a instalação da Unilab ainda este ano.

Jucá afirmou que a emenda ao texto é desnecessária, uma vez que a instalação de um campus avançado é uma decisão administrativa do governo federal, no âmbito do Ministério da Educação, e já tinha sido tomada.

- Quero aqui garantir, em nome do governo, aos senadores da Bahia, que a Bahia terá um campus avançado da Unilab - afirmou o líder.

 

[Foto: senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA)]

A matéria teve sua votação em Plenário antecipada, uma vez que caberia à Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) a decisão terminativa sobre a proposta, que teve como relatores os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), e Tasso Jereissati (PSDB-CE), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Ao final da discussão, o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), também defendeu a instalação de um campus no Maranhão. Para o presidente do Senado Federal, é "um absurdo" que se crie uma universidade de lusofonia integral afro-brasileira fora do Maranhão. Ele lembrou que foi no Maranhão que os presidentes dos países de língua portuguesa decidiram criar o Instituto da Língua Portuguesa, embrião da Comunidade de Língua Portuguesa hoje existente.

- Realmente, é incompreensível. Não me refiro só à reclamação dos afro-brasileiros da Bahia, como também do Maranhão, a respeito do Instituto da Língua Portuguesa, que mantemos através de todos os tempos - afirmou