Presa quadrilha acusada de fraudar concursos públicos
AGÊNCIAS O GLOBO E ESTADO
Brasília e São Paulo
A Polícia Federal prendeu na manhã de ontem, em São Paulo, 12 pessoas acusadas de fraudar concursos públicos para garantir acesso a altos cargos do funcionalismo federal.
Entre os presos está o dono de uma universidade em São Paulo. A quadrilha, segundo as investigações, vazou provas para 53 candidatos ao concurso de agente da Polícia Federal (2009),26 candidatos do exame da OAB (2009) e 41 do concurso da Receita Federal (1994).
No total, são 120 candidatos, que devem responder por estelionato e receptação. Segundo a PF, o vazamento era feito por um policial rodoviário federal de São Paulo, que atuava no transporte dos exames.
Ele teria vazado ao menos testes da PF e da OAB. Os candidatoschegavamapagar até Us$ 150 mil pelo gabarito daprova,dependendo do cargo que iriam disputar. A PF informou que a quadrilha cobrava R$ 50 mil para vazar provas da OAB, US$ 50 mil para agente federal e US$ 150 mil de auditor fiscal da Receita Federal. Os valores eram fixados de acordo com dos rendimentos das carreiras.
Ainda segundo a PF, a organização pretendia vazar por US$ 100 mil as provas para delegado da PF. Marcos Davi Salem, diretor de inteligência da PF, afirma que candidatos que entram em cargos públicos desta maneira ficam vulneráveis à organização criminosa que garantiu a vaga a eles.
As 12 prisões temporárias e os 34 mandados de busca e apreensãodedocumentosforam cumpridos na Grande São Paulo (21), Baixada Santista (9),Campinas(3) enoRio (1). Os concursos fraudados não serão anulados, uma vez que a PF identificou os beneficiários do esquema.
Novas regras O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que a operação pode levar o governo a revisar as regras para concursos públicos. "Não podemos ter concursos públicos vulneráveis, sujeitos a fraudes.
A Polícia Federal tem de prender (os fraudadores) e nós temos que tomar medidas para que isso não ocorra mais", disse o ministro.