Brasília, 09/02/2010 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou hoje (08) que já há elementos suficientes para que a Polícia Federal ingresse nas investigações acerca do desaparecimento de seis jovens da cidade goiana de Luziânia, independentemente da autorização do Estado de Goiás. Para Ophir, chegou o momento de afastar por completo qualquer jogo de egos sobre quem pode e quem não deve investigar esses crimes, devendo existir uma ação conjunta imediata e urgente por parte das duas polícias. "Esse jogo de vaidades a ninguém interessa, sobretudo às mães que aqui estão. Essas vaidades sobre a questão da autonomia de quem investiga tem que ser deixadas de lado. O mais importante, nesse momento, é a dignidade da pessoa humana".

A afirmação foi feita pelo presidente nacional da OAB ao receber, na sede da entidade, as mães de cinco dos seis jovens que estão desaparecidos desde o final do ano passado. Em seguida, Ophir se encontrará com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para entregar a ele um pedido formal de ingresso da Polícia Federal nas investigações. "Precisamos da expertise da Polícia de Goiás, da expertise da Polícia Federal, pois é momento de somar esforços e de dar uma resposta clara e efetiva a essas famílias, que estão aqui em agonia", acrescentou Ophir Cavalcante.

Encontraram-se com Ophir Sônia Vieira de Azevedo Lima, mãe de Paulo Vitor, de 16 anos; Mariza Pinto Lopes, mãe de Divino Luiz, de 16 anos; Sirlene Gomes de Jesus, mãe de George Rabelo, 17 anos; Valdirene Fernandes da Cunha, mãe de Flávio Augusto, de 16 anos; e Maria Luzia Sousa Lopes, mãe de Márcio Luis, de 19 anos.

Pela OAB, também acompanharam o encontro de Ophir com as mães o diretor-tesoureiro da OAB Nacional, Miguel Cançado, o presidente da Seccional da OAB de Goiás, Henrique Tibúrcio, e o dirigente da Subseção da OAB de Luziânia, Divino Luiz Sobrinho, além de vários representantes da entidade em Goiás.