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OAB-RJ critica tendência de alguns ministros de esvaziar o papel do CNJ

Brasília, 06/08/2010 - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, criticou hoje (06) a tendência que vem se percebendo por parte de alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), de esvaziar o papel reservado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela Constituição Federal. Segundo Damous, decisões monocráticas de alguns ministros, como a que suspendeu a aposentadoria compulsória aplicada pelo CNJ a magistrados supostamente envolvidos em um esquema de desvio de R$ 1,4 milhão de verbas destinadas ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, estão colocando em risco a credibilidade do CNJ.

"O CNJ é resultado de um importante movimento mobilizador da sociedade brasileira com objetivo de conferir maior transparência ao funcionamento do Judiciário. Decisões como essa acabam por frustrar a justa expectativa da cidadania brasileira de um Judiciário mais democrático, transparente e obediente ao principio da moralidade pública", afirmou Wadih Damous. A partir da decisão do STF, os três desembargadores e sete juízes mato-grossenses aposentados compulsoriamente por decisão unânime do CNJ, em fevereiro deste ano, serão reconduzidos aos cargos.

Ainda conforme lembrou o presidente da OAB fluminense, o CNJ foi criado com a finalidade, entre outras, de zelar pela observância do princípio constitucional da moralidade no âmbito interno do Poder Judiciário. "Nesse sentido, pode se dizer que o CNJ tem cumprido satisfatoriamente a sua missão", complementou Damous.