Judiciário volta ao primeiro plano político
Posse de desembargadoras e volta de Carlos Alberto Dultra Cintra ao TRE mostra vitalidade da magistratura baiana
PATRÍCIA FRANÇA
O dia de ontem foi de homenagens e celebração de vitórias na magistratura baiana.
Na parte da manhã,emato na Sala de Sessões do Tribunal Pleno, tomaram posse como desembargadoras do Tribunal de Justiça da Bahia as magistradas Ilza Maria da Anunciação, Cynthia Maria Pina Resende e Heloísa Pinto de Freitas Graddi.
À tarde, foi a vez do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) se despedir do desembargador Eserval Rocha, vice-presidente que encerra seu biênio, em cerimônia realizada na Sala de Sessões do tribunal.
Entrará em seu lugar, o desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra, que foi presidente do Tribunal de Justiça (TJ) e do Tribunal Regional Eleitoral de 2004 a 2006.
Poder de influência A ida de Dutra Cintra para o TREcoloca em primeiro plano um personagem com grande influência na Corte, mas que, nos últimos anos, tem preferido atuar nos bastidores do Judiciário.
Magistrado que se notabilizou por ter quebrado o poder paralelo exercido no TJ pelo senador falecido Antonio Carlos Magalhães (DEM), foi ele,quando presidiu o TRE, que garantiu a normalidade do processo eleitoral que levou o petista Jaques Wagner ao poder, pondo fim a 16 anos consecutivos de hegemonia carlista no Estado.
A influência de Cintra foi decisiva para eleger todos os seus sucessores na presidência do TJ: Gilberto Caribé, Benito Figueiredo, Sylvia Zarif e a atual presidente, a desembargadora Telma Brito.
Esteano,umadisputaentre osgruposdasdesembargadoras Sylvia Zarif e Telma Brito inviabilizou a vitória de juízes preferidos de ambos os lados, possibilitando, novamente, que Dultra Cintra influencias se no resulta do final da nova composição do TJ.
O prestígio pessoal do desembargador também foi testado na sua eleição para o TRE.
Primeiro a se inscrever para disputar o mandato, acabou sendo o único concorrente. A desembargadora Daisy Lago Ribeiro Coelho estava inscrita, mas desistiu da candidatura, antes da escolha, em favor do nome de Cintra.
Lista tríplice Resta saber, agora, se ele terá poder de influenciar na escolha do novo desembargador baiano egresso do Ministério Público. A lista tríplice eleita pelo Tribunal de Justiça na última quarta-feira – Nágila Salles Brito, Cupertino Aguiar Cunha e Regina Helena Ramos Reis, nesta ordem – será submetida ao governador Jaques Wagner (PT).
Na última lista tríplice, Wagner escolheu Marta Karaoglan, a menos votada, ligada ao desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra.