Em meio a um auditório superlotado e anseios por igualdade, o I Seminário Sul-americano de Promoção da Igualdade, promovido pela Comissão Nacional de Promoção da Igualdade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi aberto na noite desta quarta-feira (19), em Salvador. A cerimônia inicial do evento, cujo tema central é "África e América do Sul no Brasil", foi marcada pela apresentação do Coral Vozes Reveladas, regido pelo maestro Sérgio Souto e pela "certeza de que todos os que se fizerem presentes", de acordo com o presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto, "sairão cidadãos melhores, após as discussões das temáticas propostas para o seminário", até a sexta-feira (21), no Hotel Tropical da Bahia, no Campo Grande.

Diante da "imensa desigualdade que assola a América do Sul e o Brasil", a presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade e Conselheira Federal da OAB, Sílvia Cerqueira, enfatizou que "um encontro como este não podia deixar de ser realizado em Salvador, a cidade mais negra do continente sul-americano". Mesmo assim, ela reconhece que "não é fácil promover a igualdade, mas quando encontramos pessoas sensíveis como as que estão presentes nesta solenidade, a situação atual pode mudar". Ao terminar sua fala, Cerqueira afirmou que: "só poderemos ter um mundo melhor, a partir das transformações e diálogos que serão travados ao longo desses dias".

Concordando com a Conselheira Federal, o presidente da OAB-BA, Saul Quadros, saudou às mulheres negras na pessoa da presidente da Comissão de Promoção à Igualdade Racial (Compir/OAB-BA), Eunice Martins e enfatizou a importâncias dos três principais temas que serão abordados nas discussões: ações afirmativas no instituto da reparação; internacionalização da igualdade e estratégias para a promoção da igualdade.  O evento debaterá temas ligados a raça, etnia, gênero, orientação sexual e tolerância religiosa.

O desafio de debater questões étnico-raciais foi o tema da conferência da noite, apresentada pelo Secretário Adjunto da Secretaria da Reparação da Presidência da República, Eloy Ferreira – em substituição ao Ministro Edson Santos, impossibilitado de comparecer à abertura do evento. Durante a explanação, Ferreira destacou a polêmica em torno da votação do Estatuto da Igualdade Racial, no Congresso Nacional, em Brasília.

"Precisamos trabalhar para remover as resistências relacionadas à diversidade", conclamou, destacando que "esta já é uma agenda importante em 17 países da América Latina e visa a inclusão de negros, negras, índios, ciganos e comunidades de terreiros (povos de religiões de matrizes africanas). Além disso, as ações afirmativas também devem entrar na pauta, orientou, elogiando a iniciativa da OAB que "nos enche de orgulho, pois estes não são assuntos somente para operadores do Direito, mas sim para toda sociedade".

A mesa de abertura foi composta por autoridades como os presidentes do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto e da Seccional Baiana, Saul Quadros; da presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, desembargadora Sílvia Zarif; da Secretária-Geral do Conselho Federal Cléa Carpi; do Secretário Adjunto da Secretaria da Reparação da Presidência da República, Eloy Ferreira; da presidente da Comissão de Promoção da Igualdade da OAB, Sílvia Cerqueira; da Ministra-Conselheira de Angola, Maria Eugênia Feijó dos Santos, da Secretária de Promoção da Igualdade, Luiza Bairros; do Secretário de Educação, Cultura e Esportes do Município de Salvador, Carlos Soares e do Secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira. Também estiveram presentes, a vereadora Olívia Santana; membros da diretoria e conselheiros da OAB-BA

Cerimônia de abertura- Fotos: Angelino de Jesus

Saul Quadros	Cézar Britto
Sílvia Cerqueira	Eloy Ferreira
Maria Eugênia F. dos Santos	Desembargadora Sílvia Zarif
A angolana Jéssica Santos	Público atento
Advogados	Coral Vozes Reveladas