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Evento na OAB Bahia reforça protagonismo popular na Independência da Bahia
Segunda roda de conversa aconteceu nesta quarta-feira (20), na sede da seccional
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) realizou, nesta quarta-feira (20), a roda de conversa “2 de Julho: luta popular, direito e justiça social”, no auditório da instituição, no bairro dos Barris. O evento em celebração aos 202 anos da Independência do Brasil na Bahia reuniu pesquisadores e especialistas para debater a importância da data e o papel do povo baiano na consolidação do Estado brasileiro.
A abertura foi feita pela presidenta da OAB-BA, Daniela Borges. "A Bahia tem na sua história uma força que chega até nós como legado e como responsabilidade. Quem tem a história que nós temos tem a responsabilidade de honrar essa história. Quem tem um hino que diz: ‘Com tiranos não combinam, brasileiros corações’. Quem tem três mulheres como heroínas da pátria, tão importantes e protagonistas da nossa independência. É muita herança que a gente tem para que se torne potência no hoje, no trabalho e na construção das mudanças e transformações que a gente precisa e necessita na defesa da nossa democracia, nossa Constituição e o nosso Estado Democrático de Direito".
A mesa foi composta pelo doutor em História e pesquisador Sérgio Guerra Filho, pelo professor e geógrafo Luiz Cláudio Requião Filho e pelo historiador Diego Copque, com mediação de Maurício Leahy, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (CAAB). "Esse evento é um exemplo da nossa missão nossa representar o cidadão e a cidadã naquelas demandas que são sensíveis. Estamos unidos em prol de uma Bahia mais justa, de um Brasil melhor, que se mantenha na democracia e que nunca se esqueça das suas origens”, disse Maurício Leahy.
A secretária-geral da OAB-BA e idealizadora da iniciativa, Cléia Costa, destacou a relevância do debate. “O 2 de Julho é um marco que precisa ser constantemente revisitado. Precisamos entender aquele momento como a consagração do Estado nacional brasileiro. Esse momento é muito importante para as reflexões atuais do nosso Estado Democrático de Direito, para nos ajudar a construir um formato que inclua a todos, que compreenda as lutas populares, que respeite a dignidade e que entenda os direitos sociais construídos a partir dessas diferenças de diversos povos que vieram para esse território", afirmou.
Ao ressaltar a necessidade de romper com a narrativa tradicional da Independência centrada no Sudeste, Sérgio Guerra Filho destacou o envolvimento da população como um diferencial do movimento ocorrido na Bahia. “A participação popular diferencia o que ocorreu aqui do que ocorreu no Rio de Janeiro. É também a participação popular que vai possibilitar uma vitória militar contra os portugueses e inviabilizar os planos militares de Portugal de recolonizar o Brasil. Então é essa participação popular que define e consolida, com a vitória ao 2 de julho de 1.823, a Independência do Brasil", pontuou.
Já o professor Luiz Cláudio Requião Filho destacou a dimensão simbólica e geográfica da luta, abordando elementos comuns do patrimônio urbano nas cidades ligadas à Independência e a importância de se fortalecer o turismo cultural nesses lugares. "Todas essas cidades, principalmente ligadas aos movimentos da Independência, têm algo simbólico no seu patrimônio urbano que são comuns: obeliscos, bustos, praças com nome de aclamação da própria Independência e lugares de memória, igrejas, casarões em que moraram grande personalidades. Tudo isso deve ser resgatado em fortalecimento do turismo cultural da região", destacou.
O historiador Diego Copque falou sobre a conquista de ampliar o alcance da celebração para além de Salvador. “Nas comemorações do bicentenário da Independência, nós conseguimos um feito de suma importância para a região, que foi a reparação histórica, trazer a passagem do Fogo Simbólico do 2 de Julho para os municípios de Camaçari, Lauro de Freitas, Dias d'Ávila e Mata de São João, evidenciando, assim, o protagonismo da população que residia nessa região mais específica do Recôncavo", explicou.
Esta foi a segunda edição do ciclo de debates promovido pela OAB-BA sobre a Independência da Bahia. O encerramento acontecerá no dia 17 de setembro, com a participação do presidente do Instituto dos Advogados da Bahia e ouvidor-geral da OAB-BA, Antônio Menezes, do conselheiro federal da OAB-BA, Luiz Viana, e do professor e documentarista Manoel Neto.
Ao final do projeto, será elaborado um relatório com recomendações a instituições públicas e privadas, visando fortalecer o reconhecimento nacional do 2 de Julho como marco efetivo da Independência do Brasil.
Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)